Dostoiévski é minha religião! Minha conversão deu-se ao manto de um tempo perdido, através da leitura do tocante “Noites Brancas”. Conheço muitos autores, não sou um estudioso catedrático, simplesmente me agrada o fato de viver entre os livros. Tenho grandes amigos que compartilham do mesmo amor, devoção, e incompreensão, por certas vezes, do próprio sentimento. Gostaria de ser mais claro, todavia, minha compreensão esbarra desorientada no limite ordinário do paladar enciclopédico. Seria muito ocioso lançar na página morta, uma serie de fragmentos biográficos a respeito da vida do autor russo, contudo, tais informações são facilmente encontradas em sites específicos.
Notas de Dostoievski para o capítulo 5 de Os Irmãos Karamázov
Nenhum autor viveu tanto sua obra, como Dostoiévski. O sofrimento latente, a síntese do romance polifônico, o verdadeiro povo russo na alma dos mujiques, o grande visionário, a salvação através da beleza. A obra de Dostoiévski foi concebida em meio há um tumultuoso fluxo de acontecimentos degradantes. Enquanto outros autores contemporâneos seus, desfrutavam do sabor cálido da nobreza, Dostoiévski permanecia mergulhado em dívidas, vicio, e sôfrega ausência de recursos. Foi caçado pelas autoridades e por credores, viveu seus dias a margem da dúvida, entre o caos familiar, e o limite da razão. Explorou o limite, perscrutou com sua lanterna anímica as profundezas do coração humano, a essência do povo russo. Por muitas vezes ressaltou o fantástico para alcançar o real.
Busto de Dostoievski em seu túmulo no Cemitério Tikhvin
No dia 28 de janeiro de 1881, em São Petersburgo, (calendário Juliano) / 9 de fevereiro, o gênio faleceu. A influência exercida pela obra Dostoievskiana alimenta as idéias de diversos autores espalhados pelos quatro cantos do mundo. Sua perenidade mantém firme a filosofia do Idiota, a excelência dos Karamázov... A redenção de Raskólnikov... O amor... O sofrimento... O mergulho no abismo da alma humana. A voz do sangue nunca se calará! Um salve a Dostoiévski!
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